quarta-feira, 11 de novembro de 2009

OMS quer uma sociedade mais atenta às mulheres

No lançamento de um relatório intitulado "As mulheres e a Saúde: a realidade de hoje e o programa de amanhã", a Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou para uma acção urgente a fim de melhorar a saúde e a vida das mulheres, desde a nascença até à velhice.

A OMS considera que são as mulheres quem mais cuida dos outros, sem que tal seja retribuído e que, apesar dos progressos das últimas décadas, as sociedades continuam a abandoná-las em momentos decisivos das suas vidas.
"Se as mulheres são privadas do direito de realizar plenamente o seu potencial como seres humanos, e em particular a possibilidade de terem uma vida com mais saúde e mais feliz, podemos mesmo falar, globalmente, de uma sociedade sã? Quem estimula então o progresso social no século XXI?", questionou Margaret Chan, directora-geral da OMS.

Quase 80 por cento de todos os cuidados de saúde e até 90 por cento dos cuidados em doenças como a Sida são prestados por mulheres. No entanto, na maior parte das vezes elas não são ajudadas, reconhecidas ou remuneradas por este papel essencial, refere o relatório da OMS. Além disso, a resposta às necessidades específicas das mulheres como a saúde mental, a violência sexual ou a despistagem de cancro do colo do útero, é por vezes ignorada.
Segundo a OMS, em muitos países os cuidados de saúde sexual e ginecológicos tendem a concentrar-se apenas nas mulheres casadas. As necessidades das celibatárias, das adolescentes e de grupos marginalizados como as prostitutas, as minorias étnicas e as mulheres do mundo rural , são maioritariamente ignoradas.
Deste modo, a OMS desafia a sociedade a antecipar mudanças na organização do trabalho, da família e do apoio social.

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