quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Nova geração de pintoras na Galeria JN


Agostinho SantosA s suas pinturas tomam conta, a partir de hoje, na Galeria JN. Trata-se de uma mostra colectiva de sete jovens artistas - Diana Costa, Isabel Carvalho, Isabel Padrão, Joana da Conceição, Joana Rego, Nazaré Alves e Rita Carreiro - que, para além de serem mulheres, têm um passado comum foram todas alunas da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (FBAUP).Nesta exposição, a que foi dada o título "Um sexto sentido", a pintura é a disciplina reinante e empregue em cada uma das obras.Francisco Laranjo, que comissaria a mostra e a quem coube a missão de escolher as pintoras, sublinha que "a obra de cada uma das artistas apresentadas é o resultado das respectivas experiências. Essa é a vida e todo o tempo de escolha do lugar onde se está e para onde se vai. Se se fica ou se se escolhe mudar de referência estratégica. Os paradigmas são quase todos comuns. Um gosto urbano e pop no sentido cosmopolita do termo".Diana Costa, uma das pintoras presente na mostra, adianta que as suas obras pretendem revelar "nas suas apresentações de forma e ideias, uma aproximação directa aos materiais do real exterior e são espaços para habitar e objectos para utilizar". Diana Costa admite "considerar os trabalhos como uma mensagem visual composta de diversos tipos de signos e equivale a considerá-los como um discurso e, portanto, como uma ferramenta de expressão e comunicação".Para Isabel Carvalho a obra representada aqui, surgiu, naturalmente após algumas reflexões sobre o espaço urbano, nomeadamente as lojas e considera que "é a utilidade que me faz feliz e sentir gratidão por tudo e todos que me disponibilizaram este material. Vou lá colar peças - não vou apenas reinventar a minha infância. São peças que vão voltar à vida, mas com um sentido diferente, em forma de arte"."Obra para surpreender" "Importa-me a obra como organismo capaz de me surpreender, construindo e destruindo até encontrar o ponto subjectivo em que o trabalho se pareça conseguir por si, completo ou bastante, como uma satisfação que alcance sem, no entanto, ser satisfação suficiente para algum dia parar de pintar", afirmou Isabel Padrão.Joana Conceição, autora da série "Australia", refere que "Australia instala-se entre o conhecimento e o desejo. A Austrália (diferente de Australia), porque está tão longe ou porque está fora, ou porque é irredutível, escapa-me(...)"."A metáfora jogo"Joana Rêgo sublinha que nesta sua nova série, "a metáfora "jogo" vai-se assumindo pouco a pouco não só como distracção, mas como risco, desafio". Um desafio, diz Joana Rêgo, "de mudar, o desafio de um jogo no qual estaremos prontos a entrar e cujas regras e objectivos gostaríamos feitas à nossa medida, no entanto, se tal não acontece, tentaremos jogá-lo da melhor maneira possível. No jogo há o factor sorte, astúcia, calma, paciência. Perder e ganhar."Para Nazaré Alvares os quadros apresentados "resultam de alguma depuração, em termos compositivos, de trabalhos de fases anteriores, em que a saturação de imagens e palavras (também elas imagens), numa associação alheia à lógica do espaço tridimensional e das proporções relativas, remetiam para o "non sense" e impossibilitavam a fuga a um olhar preponderantemente pictórico, pela aproximação à abstracção de certas soluções".Rita Carreiro, outras das artistas presentes, considera que "as viagens frequentes para conhecer e experimentar, levam a uma eventual produção artística, onde se vai encontrar e exprimir a interpretação pessoal da paisagem em si".Na opinião de Rita Carreiro, "as diferenças entre a paisagem e o que é representado incluem-se no processo de trabalho, que pretende ser de permanente acumulação de estímulos".Sublinhe-se que "Um sexto sentido" inaugura-se hoje, às 19 horas, na Galeria JN, no Porto, e estará patente ao público a partir de amanhã e até ao dia 25 de Novembro.




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