domingo, 4 de março de 2007

GUIOMAR MADALENA DE SÁ VASCONCELOS BETTENCOURT MACHADO VILHENA


«Era abastada madeirense que mercê de um secular processo de concentração de morgadios, sucedeu na administração dessas terras vinculadas, revelando-se não só como uma gestora desses bens fundiários, mas sobretudo, como mulher de grande actividade comercial, fazendo concorrência à colónia inglesa que detinha o principal comércio da Ilha, sobretudo relacionado com o vinho» Aproveitou as terras da então desaproveitada Quinta das Angústias mandando restaurar as casas que iam da capela de Santa Catarina até à Quinta da Vigia (hoje sede do governo Regional, até ao mirante que ficou conhecido por «Mirante de Dona Guiomar» já assinalado no séc. XVIII em mapas, pois detinha ancoradouro. A Dona Guiomar se deve a introdução da casta malvasia que se deu particularmente bem naquelas terras. «Era possuidora do último engenho de açúcar ainda existente na Madeira (Ribeira dos Socorridos).» Desenvolveu a economia da Ilha, e soube com coragem e determinação lutar para ultrapassar os preconceitos da sua condição de mulher empresária. «Perdeu, nos negócios, algumas pratas e jóias, vendeu algumas das casas que reconstruíra no Funchal, mas os bens vinculados permaneceram invioláveis e puderam, mais tarde, passar para os herdeiros, um dos quais o conde Carvalhal, não só vendeu a Quinta das Angústias, como também a do Palheiro Ferreiro, hoje em dia morada de ingleses, grandes comerciantes.» (Paulo de Freitas, ex-director da Casa-Museu Frederico de Freitas- Funchal) [Texto que acompanha o selo na emissão de Europa 96 - Mulheres Célebres, em 03/05/1996]

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