quarta-feira, 21 de março de 2007

Ana Hatherly




Poeta, ensaísta, investigadora, tradutora, Ana Hatherly nasceu no Porto mas vive e trabalha em Lisboa. Membro destacado do grupo da Poesia Experimental Portuguesa nos anos 60/70, tem uma extensa bibliografia poética e ensaística, largamente difundida e premiada em Portugal e no estrangeiro. De entre as suas obras de poesia mais recentes destacam-se: A idade da escrita, 1998; Rilkeana, 1999 (Prémio de Poesia do PEN Clube); Um Calculador de Improbabilidades, 2001; O Pavão Negro, 2003 (Prémio da Associação dos Críticos Literários); Itinerários, 2003; Fibrilações, 2004.




De múltiplos interesses culturais, tem sido poetisa, romancista e ensaísta, para além de professora universitária na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas na Universidade Nova de Lisboa.
Iniciou a sua carreira literária em 1958, fazendo a sua estreia na poesia com Ritmo Perdido. Entre 1965 e 1973, foi membro activo do grupo da chamada Poesia Experimental, integrando exposições de vanguarda e de poesia concreta em Portugal e no estrangeiro. É exactamente no domínio das vanguardas portuguesas da segunda metade do século que o seu nome adquire relevante importância, explorando possíveis ligações sonoras e visuais da palavra, estabelecendo intersecções entre a literatura e as artes visuais.
No desempenho do papel de cineasta, trabalhou no London Film Institute, entre 1971 e 1974, realizando 4 filmes, três dos quais desenhando directamente sobre a película. Manifestou um particular interesse pelo período Barroco, de onde se destaca o estudo A Experiência do Prodígio (1983).
A sua obra está representada em várias e importantes Antologias e Histórias da Literatura Contemporânea de Portugal e do estrangeiro. Além de escritora, é também tradutora de várias obras. Realizou ainda várias exposições, reunindo desenho, pintura e colagem.



Obra


Poesia


Um Ritmo Perdido. Lisboa: 1958.

As Aparências. Lisboa: Sociedade de Expansão Cultural, 1959.

A Dama e o Cavaleiro. Lisboa: Guimarães, 1960.

Sigma. Lisboa: 1965.

Anagramático. Lisboa: Moraes, 1970.

O Escritor. Lisboa: Moraes, 1975.

Poesia (1958-1978). Lisboa: Moraes, 1979.

O Cisne Intacto. Porto: Limiar, 1983.

A Cidade das Palavras. Lisboa: Quetzal, 1988.

Volúpsia. Lisboa: Quimera, 1994.

351 Tisanas. Lisboa: Quimera, 1997.

A Idade da Escrita (Lisboa, Edições Tema, 1998).

Variações (no prelo).


Ficção


O Mestre. Lisboa: Arcádia, 1963; 2ª ed., Moraes, 1976; 3ª ed,. Quimera, 1995.

Crónicas, Anacrónicas, Quase-Tisanas e outras Neo-Prosas. Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1977.

Anacrusa. Lisboa: Edições Engrenagem, 1983.

Ensaio


O Espaço Crítico. Lisboa: Caminho, 1979.

PO.EX - Poesia Experimental Portuguesa (com E. M. de Mello e Castro). Lisboa: Moraes, 1981.

A Experiência do Prodígio - Bases Teóricas e Antologia de Textos-Visuais Portugueses dos séculos XVII e XVIII. Lisboa:I.N.C.M., 1983.

Defesa e Condenação da Manice. Lisboa: Quimera, 1989.

Poemas em Língua de Preto dos séculos XVII e XVIII. Lisboa: Quimera, 1990.

Elogio da Pintura (com Luís Moura Sobral). Lisboa: Instituto Português do Património Cultural, 1991.

A Preciosa, de Sóror Maria do Céu. Lisboa: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1991.

Lampadário de Cristal, de Frei Jerónimo Baía. Lisboa: Editorial Comunicação, 1991.

O Desafio Venturoso, de António Barbosa Bacelar. Lisboa: Assírio & Alvim, 1991.

O Triunfo do Rosário, de Sóror Maria do Céu. Lisboa: Quimera, 1992.

A Casa das Musas. Lisboa: Estampa, 1995.

O Ladrão Cristalino. Lisboa: Edições Cosmos, 1997.

Traduções de Tisanas

Alemão

Elfriede Engelmeyer traduziu para alemão um número considerável de Tisanas, incluindo todas entre os números 223 e 351.

Castelhano- in Antologia de la poesia portuguesa contemporanea (org. Angel Crespo). Madrid: Ediciones Jucar, 1982. Trad. Pablo del Barco.

Francês- in Antologia da Poesia Surrealista e Postsurrealista. Lisboa: ICALP. Trad. Isabel Meyrelles.

Inglês- In Modern Poetry in Translation. 13/14. The Compton Press, 1972. Trad. Suzette Macedo.
In Contemporary Portuguese Poetry. (org. Helder de Macedo e E.M. de Melo e Castro). Manchester: Carcanet Press, 1978.Trad.Jean Longland.

In Shanti. Vol. 3, nº 3 - Fall-Winter, 1976. Trad. Jean Longland.

In The Prose Poem, an International Anthology. (org. Michael Benedikt).Nova Iorque: Dell Publishing Co., 1976.

In Thaisa Frank e Dorothy Wall, Finding Your Writer's Voice. St. Martin's Press, 1994. Trad. Jean Longland.

Writing in reverse / Escrever do Avesso. Coimbra, 1997. Trad. Manuel Portela.Italiano77 Tisane. Verona: Colpo di Fulmine Editore, 1994.
in Gli Abbracci Feriti. (org. e trad. Adelina Aletti). Milão: Feltrinelli, 1980.

Neerlandês- In August Willemsen, De Taal is mij Landschap, nº16. Leuvense Schrijversaktie, 1979.

1 comentário:

J Alexandre Sartorelli disse...

Gostei da poetisa.
E mando um texto que talvez
se relacione com ela

Maria do Céu

- Acredita em Deus?
- Não.
- No diabo?
- Não.
- Acredita em algo?
- Sim
- ?
- Que há um céu em tudo.
- E os crimes perversos?
- O céu está nublado.
- E o choro dos desvalidos?
- Há uma chuva fina.
- E quando o sol explodir e engolir a terra?
- É o sétimo céu.