terça-feira, 6 de março de 2007

Anastácia Romanova


Sua Alteza Imperial a Grã-Duquesa Anastácia da Rússia (em Russo: Великая Княжна Анастасия Николаевна Романова, Velíkaia Kniajna Anastásia Nikolaievna Romanova; ou apenas Anastasia Nikolaievna Romanova) (18 de Junho de 190117 de Julho de 1918), por vezes alcunhada de Nástia, Nastas, ou Nastenka, era a filha mais nova do Tsar Nicolau II da Rússia e da Imperatriz Alexandra Fiodorovna de Hesse, os últimos governantes autocráticos da Rússia Imperial.
Era irmã mais nova da Grã-Duquesa Olga Nikolaievna da Rússia, da Grã-Duquesa Tatiana Nikolaievna da Rússia e da Grã-Duquesa Maria Nikolaievna da Rússia, e irmã mais velha de Aleixo Nikolaievitch, tsarevitch da Rússia.
Depois da sua morte em 1918, várias mulheres disseram ser Anastácia, sendo as mais famosas Anna Anderson e Eugenia




Anastácia e Olga
Vida e Morte
Ela partilhava o nome com a tsarina Anastácia da Rússia, uma aristocrata Russa do séc. XVI cujo casamento com o primeiro tsar, Ivan, o Terrível, providenciou à família Romanov o seu direito ao trono. Ela e a sua irmã mais velha Maria eram conhecidas na família como "O Pequeno Par" e partilhavam um quarto, como as suas duas irmãs mais velhas. As quatro tinham o afectuoso nome de grupo "OTMA" (Olga, Tatiana, Maria e Anastásia).
Anastásia era uma menina inteligente; foi dito que ela era comicamente boa em imitações maldosas daqueles à sua volta, e que possuía resposta rápida e que apreciava piadas sarcásticas. Enquanto frequentemente é descrita como dotada e brilhante, nunca esteve interessada nas restrições da escola. Adorava animais e tinha sempre os seus dois cães, Shvibzik e Jemmy, ao seu lado. Passava o seu tempo livre a tocar o seu gira-discos, a escrever cartas, a ver filmes, a tirar fotos (um passatempo de família), a brincar à balalaica com o seu irmão Alexei e estendida ao sol sem fazer nada. Também sofria de males do estômago como a sua mãe, a Imperatriz, e do doloroso estado médico hallux valgus (joanetes), que afectavam as juntas de ambos os seus dedos grandes dos pés.
Em Fevereiro de 1917, ela e a família foram colocados em prisão domiciliária no Palácio de Alexander em Tsarskoe Selo durante a Revolução Russa. Á medida que os Bolcheviques se aproximavam, Alexander Kerensky do Governo Provisório mandou-os para Tobolsk, na Sibéria. Pouco após os Bolcheviques terem-se apoderado do controle da maioria da Rússia, ela e a família foram enviados para Yekaterinburg, onde, presume-se, foram executados cedo na manhã de 17 de Julho de 1918. Embora algumas testemunhas tenham relatado mais tarde terem-na visto a ela, à sua mãe e irmãs em Perm depois da execução, isso é vastamente aceito como nada mais que um rumor dramático e fantasioso.

De Mistério a Lenda

Após o Czar Nicolau II ter abdicado em 1917, a Rússia desintegrou-se rapidamente em guerra civil, e Anastásia e a sua família foram postos sob prisão domiciliária no Palácio de Alexander em Tsarskoe Selo. Foram cedo transferidos para a cidade de Tobolsk na Sibéria e daí eles, e alguns servos, foram mudados para a cidade mineira de Ecaterimburgo, nos Montes Urais. Negociações para a sua libertação foram feitas entre os bolcheviques e os seus parentes, muitos deles sendo membros proeminentes das Famílias Reais da Europa, mas demoraram-se. À medida que o exército branco, formado por seguidores ainda leais ao czar a aos princípios da autocracia, avançava para Ecaterimburgo os Vermelhos estavam numa situação precária. Os comunistas sabiam que Ecaterimburgo cairia perante o exército Branco, melhor comandado e equipado.
A História sempre assumiu que Anastásia foi assassinada com o pai e o resto da sua família na manhã do dia 17 de Julho, de 1918 numa cave na Casa Ipatiev (também ominosamente referida como 'A Casa do Propósito Especial'), onde estiveram isolados durante a sua detenção em Ecaterimburgo. A execução extra-judicial foi feita pelas forças da polícia secreta Bolchevique sob o comando de Jacob Iurovski.
De acordo com a infame “Nota Iurovski”, um relato sobre o evento escrito por Yurovsky aos seus superiores Bolcheviques, imediatamente antes da alvorada do dia dos assassínios, a família foi acordada e foi-lhe dito para se vestir. Quando perguntaram o porquê dessa ordem, foi-lhes dito que iam ser enviados para outro sítio para a sua segurança, em antecipação da violência que provavelmente resultaria da chegada do Exército Branco a Ecaterimburgo. Uma vez vestidos, a família e o pequeno círculo de servos e profissionais da área de saúde que permaneceram com eles, foram juntados num pequeno quarto na cave da casa e foi-lhes dito para esperarem. Foi permitido a Alexandra e Aleixo que se sentassem em cadeiras providenciadas pelos guardas a pedido da imperatriz. Após vários minutos, os carrascos entraram na sala, guiados por Iurovski. Sem hesitação, Iurovski informou rapidamente o tsar e a sua família que iam todos ser executados. O tsar teve apenas tempo de dizer "O quê?" e de se virar para a sua família, antes de ser executado com uma bala na cabeça. A Imperatriz, que rapidamente fez o sinal da cruz, e o resto da família e comitiva, foram mortos logo depois. A "Nota Iurovski" diz ainda que depois do fumo de tantas armas terem sido disparadas a tão curta distância ter desaparecido, foi descoberto que as balas dos executores tinham feito ricochete nos espartilhos das duas grã-duquesas. Os executores vieram a descobrir que isto era devido às jóias da coroa e diamantes da família terem sido cosidos dentro do forro dos espartilhos para as esconderem dos seus captores. Assim, os espartilhos funcionaram como uma “armadura” macabra contra as balas, o que apenas prolongou o pânico inimaginável que deve ter sido experienciado por estas duas jovens quando os carrascos se viram forçados a livrarem-se delas ao apunhalá-las com as baionetas no fim das suas espingardas. Segundo a maioria dos relatos, Anastácia era uma das Grã-Duquesas sobreviventes. A lenda da possível sobrevivência e escapatória de Anastácia começou neste ponto.
Foi dito por quase todas as “aspirantes” a Anastácia que a ajuda de um guarda compadecido a salvou dentre os corpos após notar que ela ainda estava viva que ela teria sido capaz de fugir. Estes rumores foram ajudados por relatórios posteriores de comboios e casas revistados por soldados Bolcheviques e pela polícia secreta, à procura de "Anastácia Romanova".
Estranhamente, também houveram relatos de uma mulher que dizia ser filha do tsar ser encontrada a pedir ajuda nas pequenas vilas à volta de Ecaterimburgo. Diz-se que ela alegava ter estado nas mãos de guardas que a tinham salvo após o massacre, mas que também a tinham espancado e violado. Pouco depois, diz-se que desapareceu.
Em 1991, corpos acreditados como sendo os da Família Imperial e os seus servos foram finalmente exumados de uma sepultura maciça que tinha sido descoberta nos bosques for a de Ecaterimburgo quase uma década antes – uma sepultura escondida pelos seus descobridores dos Bolcheviques que governavam a Rússia quando foi encontrada. Uma vez aberta, foi descoberto que em vez de onze conjuntos de restos (o tsar Nicolau II, a tsarina Alexandra, o tsarevitch Aleixo, as quatro grã-duquesas, Olga, Tatiana, Maria e Anastásia, o médico de família, Eugene Botkin, o criado, Aleksei Trupp, o cozinheiro, Ivan Kharinotov e uma dama de companhia da imperatriz, Anna Demidova), a sepultura só tinha nove. Aleixo e, segundo o especialista forense Dr. William Maples, Anastácia, não estavam na sepultura da família. Contudo, cientistas Russos contestaram isto, alegando que a Grã-Duquesa Maria Nikolaevna da Rússia era a que não estava na sepultura. Em 1998, quando os corpos da Família Imperial foram enterrados, um corpo que media cerca de 1,70 m foi enterrado sob o nome de Anastácia, apesar do facto de Anastácia ser a mais baixa das grã-duquesas. Alguns historiadores acreditam no relato da "Nota Iurovski" que diz que dois dos corpos foram removidos da sepultura principal e queimados num lugar secreto para criar uma certa suspeita de que estes não eram os corpos do tsar, família e empregados, caso fossem descobertos, visto que a contagem dos corpos não estaria correcta. Contudo, alguns peritos forenses acreditam que a queima completa de dois corpos em tão curto espaço de tempo seria impossível. Em 2000, a família foi canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa.

A possível sobrevivência de Anastásia foi um dos mistérios mais celebrados do séc XX. Em 1922, à medida que se espalhava o rumor de que a Grã-duquesa sobrevivera, uma mulher que mais tarde se auto-denominou de Anna Anderson apareceu e alegou ser Anastácia. Ela criou uma controvérsia de uma vida e foi cabeçalho de jornais durante décadas, com alguns parentes sobreviventes a vê-la como Anastásia e outros a vê-la como uma impostora. A sua batalha por reconhecimento continua a ser o caso mais longo alguma vez feito nos tribunais Alemães, onde o caso foi oficialmente feito. A decisão final dos tribunais foi que enquanto não se podia provar que Anderson era de facto Anastácia, também não podia ser provado que ela não a era. Anderson morreu em 1984 e o seu corpo foi cremado. Após se terem feitos testes de ADN (DNA) numa amostra de tecido de Anderson, e se terem feito comparações com um descendente da Imperatriz Alexandra, os testes mostraram que Anna não era, de facto, Anastácia, mas muito provavelmente Franziska Schanzkowska, uma operária polaca (polonesa) que desaparecera por volta da mesma altura em que Anderson aparecera na Alemanha. Ainda assim, algumas pessoas questionam a validez das amostras testadas.
Outra “pretendente”, Eugenia Smith, apareceu em 1963, na altura da controvérsia Anastácia/Anna Anderson, mas a sua história tinha inconsistências e ela recusou mais testes.

Influência na Cultura
A possível sobrevivência de Anastácia tem sido assunto de vários filmes teatrais e televisivos. O mais antigo, feito em 1928, chamava-se Clothes Make the Woman (As Roupas Fazem a Mulher). A história é sobre uma mulher que aparece para fazer o papel de uma Anastácia salva para um filme de Hollywood, e acaba por ser reconhecida pelo soldado russo que a salvou originalmente dos seus assassinos.
O mais famoso é provavelmente o filme altamente fictício de 1956 Anastasia protagonizado por Ingrid Bergman fazendo o papel de Anna Anderson, Yul Brynner como General Bounine (uma personagem ficcional baseada num homem severo verdadeiro), e Helen Hayes como Dagmar da Dinamarca, avó paterna de Anastácia. O filme conta a história de uma mulher de um asilo que aparece em Paris em 1928 e é capturada por émigrés russos, que lhe dão informação de maneira a enganar a avó de Anastácia e fazê-la pensar que Anderson é a sua neta, para obter a fortuna do tsar. À medida que o tempo passa, eles começam a suspeitar que esta "Madame A. Anderson" é realmente a grã-duquesa sobrevivente.
Em 1986, a NBC transmitiu uma mini-série baseada num livro publicado em 1983 por Peter Kurth, chamado Anastasia: The Riddle of Anna Anderson (Anastácia: O Enigma de Anna Anderson). O filme, Anastasia: The Mystery of Anna (Anastácia: O Mistério de Anna), era uma série de duas partes que começava com a jovem Anastácia Nicolaievna e a sua família a serem enviados para Ecaterimburgo, onde são executados por soldados bolcheviques. A história avança então para 1923, e, tomando grandes liberdades, segue ficcionalmente as alegações de uma mulher conhecida como Anna Anderson. Amy Irving faz o papel de Anna Anderson. O filme incorpora também muitos veteranos do cinema e atores de TV, mais notoriamente Omar Sharif como o tsar Nicolau II.
O filme mais recente é Anastásia (filme) de 1997, versão animada produzida pela 20th Century Fox da história da fuga da menina da Rússia e a sua busca subseqüente por reconhecimento. Este filme toma ainda mais liberdades em relação aos fatos históricos do que o filme de 1956 do mesmo nome, a começar pelo fato de situar a Revolução Russa em 1916, não 1917. Nesta versão, uma pequena Anastácia, juntamente com a avó, tenta escapar de uma multidão revolucionária em frenesi e a um maldoso Rasputin, que começou a Revolução com um poderoso feitiço. Ambas saem por meio de uma passagem secreta na parede do palácio ajudadas por um menino que era um dos criados e correm para a estação de trem. Cercadas de aristocratas e da elite social que estavam a tentar fugir das forças bolcheviques que se tinham apoderado de São Petersburgo, Anastácia separa-se de sua avó, mas corre para alcaçá-la já no trem em movimento, acaba sendo derrubada e bate com a cabeça no chão perdendo a memória e indo parar num orfanato. Aos dezoito anos ela é "convidada" a deixar o orfanato e com o desejo de reencontrar sua família, volta a São Petesburgo e lá conhece Dimitri e Vladímir, dois sujeitos que tem por objetivo levar uma impostora como sendo a verdadeira Anastácia para Paris afim de receber a recompensa que a avó da menina estava oferecendo. Num dado momento da história Dimitri percebe que a moça é a verdadeira herdeira do trono russo, mas a essa altura ele já estava apaixonado por ela e vai enfentar alguns problemas para provar a avó dela que se trata da verdadeira Anastácia. Juntos, depois, vão enfrentar Rasputin, que quer acabar de uma vez por todas com a última descendente dos Romanov.

2 comentários:

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