Mangualde 1872-1935
Intelectual, jornalista, ensaísta, conferencista, feminista e republicana, considerada uma das mais notáveis teóricas dos problemas da emancipação das mulheres foi uma dedicada e incansável lutadora pela igualdade de direitos. Fundadora da literatura infantil em Portugal, (o aspecto vulgarmente mais salientado da sua biografia) com Para as Crianças, uma colecção que iniciou em 1897. Nascida em Mangualde, foi residir para Setúbal, onde casou com Paulino de Oliveira tribuno republicano. Desenvolveu uma intensa actividade em prol dos direitos das mulheres. Fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, do Grupo de Estudos Feministas e da Cruzada das Mulheres Portuguesas. Dirigiu várias publicações destinadas às mulheres e colaborou com inúmeros artigos, na imprensa, numa linha de actuação, comum à maioria das mulheres republicanas, que privilegiou a educação e a formação de uma opinião pública feminista esclarecida. Realizou conferências e comícios. Foi consultora de Afonso Costa, Ministro da Justiça do Governo Provisório, na elaboração da lei do divórcio.Às Mulheres Portuguesas (1905) é uma colectânea (250ps) de artigos fundamentais, sobre as principais questões femininas que nunca conheceu reedição, onde exorta as mulheres ao “trabalho e ao estudo”, que considera “passo definitivo para a libertação feminina” ,apelando para que as mulheres não façam do amor “o ideal único da existência”. Ser feminista, diz, é “desejá-las criaturas de inteligência e de razão”. Sobre a rapariga portuguesa da época é implacável e irónica: “não tem opiniões para não ser pedante, não lê para não ser doutora e não ver espavoridos os noivos”. Defende a igualdade de salários, “por igual trabalho, igual paga” e afirma que “nada mais justo, nada mais razoável, do que este caminhar seguro, embora lento, do espírito feminino para a sua autonomia”. Em Às mulheres Portuguesas analisa detalhadamente a situação da mulher e o casamento, da mulher casada perante o código civil e perante o trabalho.
Intelectual, jornalista, ensaísta, conferencista, feminista e republicana, considerada uma das mais notáveis teóricas dos problemas da emancipação das mulheres foi uma dedicada e incansável lutadora pela igualdade de direitos. Fundadora da literatura infantil em Portugal, (o aspecto vulgarmente mais salientado da sua biografia) com Para as Crianças, uma colecção que iniciou em 1897. Nascida em Mangualde, foi residir para Setúbal, onde casou com Paulino de Oliveira tribuno republicano. Desenvolveu uma intensa actividade em prol dos direitos das mulheres. Fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, do Grupo de Estudos Feministas e da Cruzada das Mulheres Portuguesas. Dirigiu várias publicações destinadas às mulheres e colaborou com inúmeros artigos, na imprensa, numa linha de actuação, comum à maioria das mulheres republicanas, que privilegiou a educação e a formação de uma opinião pública feminista esclarecida. Realizou conferências e comícios. Foi consultora de Afonso Costa, Ministro da Justiça do Governo Provisório, na elaboração da lei do divórcio.Às Mulheres Portuguesas (1905) é uma colectânea (250ps) de artigos fundamentais, sobre as principais questões femininas que nunca conheceu reedição, onde exorta as mulheres ao “trabalho e ao estudo”, que considera “passo definitivo para a libertação feminina” ,apelando para que as mulheres não façam do amor “o ideal único da existência”. Ser feminista, diz, é “desejá-las criaturas de inteligência e de razão”. Sobre a rapariga portuguesa da época é implacável e irónica: “não tem opiniões para não ser pedante, não lê para não ser doutora e não ver espavoridos os noivos”. Defende a igualdade de salários, “por igual trabalho, igual paga” e afirma que “nada mais justo, nada mais razoável, do que este caminhar seguro, embora lento, do espírito feminino para a sua autonomia”. Em Às mulheres Portuguesas analisa detalhadamente a situação da mulher e o casamento, da mulher casada perante o código civil e perante o trabalho.
Ana de Castro Osório Escritora, feminista e activista republicana, nasceu em Mangualde, a 18 de Junho 1872, e faleceu em Setúbal, a 23 de Março de 1935.
É considerada a fundadora da literatura infantil no nosso país. Escreveu alguns livros que foram utilizados como manuais escolares e publicou ainda uma obra marcante na sua época, a colecção Para as Crianças, que lhe ocupou perto de quatro décadas de trabalho.
Traduziu contos dos irmãos Grimm, de Hans Christian Andersen e outros escritores estrangeiros; escreveu também peças de teatro infantil.
Muitas das suas obras foram traduzidas para francês, espanhol e italiano.
Viveu no Brasil com o marido - o poeta Paulino de Oliveira, que foi cônsul de Portugal em São Paulo - de 1911 a 1914; lá exerceu as actividades de professora e escritora, tendo alguns dos seus livros sido adoptados em escolas brasileiras.
Mas não foi só nesta área que Ana de Castro Osório se distinguiu; tendo nascido durante a Monarquia, lutou pelos ideais republicanos e também pela defesa dos direitos das mulheres, tendo fundado a Liga Republicana da Mulheres Portuguesas, e sido sub-inspectora do Trabalho Feminino. Escreveu livros sobre os problemas das mulheres da sua época.
Foram-lhe atribuídas as condecorações da Ordem de Santiago, que não aceitou, e a Ordem de Mérito Agrícola e Industrial.
Passaporte de Ana de Castro OsórioAna de Castro Osório é uma mulher com grande intervenção, no início do século XX, na sociedade portuguesa e cuja acção se vê associada à construção da Lusofonia, privilegiando o Brasil. A leitura proposta de Lendo e Aprendendo e Uma Lição de História, adoptados como manuais escolares, tanto em Portugal como no Brasil, processa-se identificando, caracterizando e relacionando, entre si, a militância feminista e a “causa” pedagógica na obra de Ana de Castro Osório, concebidas num quadro de formação cívica dos povos. Ao tomar-se o trinómio inteligência–trabalho-independência como estruturante dos conteúdos pedagógicos dos dois manuais, reconhece-se que a educação cívica e a educação feminista são as duas grandes componentes educativas imanentes aos mesmos, pelo que se sugere a sua redefinição no quadro da obra da autora. As produções literárias de Ana de Castro Osório Lendo e Aprendendo e Uma Lição de História, a par de reunirem um carácter duplamente pedagógico, afiguram-se obras de natureza essencialmente feminista.Au début du XXe. siècle, Ana de Castro Osório est une femme d’une grande participation à la société portugaise et donf l’action est étroitement associée à la construction d’un mouvement de défense de la langue portugaise, la lusophonie, notamment au Brésil. La lecture de ses livres Lendo e Aprendendo (À lire et à apprendre) et Uma Lição de História (Une leçon d’histoire), approuvés comme manuels scolaires au Portugal et au Brésil, est faite dans le sens de l’ identification, caractérisation et rapport entre les deux en ce qui concerne le militantisme féministe et la « cause » pédagogique de tout l’ouvrage d’Ana de Castro Osório, conçu selon un cadre idéologique de formation civique des peuples. En prenant le trinôme intelligence-travail-indépendance en tant qu’un élément structurant des contenus pédagogiques de ces deux manuels, on reconnaît que l’éducation civique et l’éducation féministe constituent les deux grandes composantes éducationnelles immanentes aux mêmes; leur redéfinition dans le cadre de l’ouvrage d’Ana Castro Osório est ici suggérée. Enfin, les livres Lendo e Aprendendo et Uma Lição de História se figurent essentiellement féministe en même temps qu’ils se présentent d’une nature doublement pédagogique.
Sem comentários:
Enviar um comentário