sábado, 17 de março de 2007

Leonor Teles de Menezes- a aleivosa



D. Leonor Teles de Menezes, (Trás-os-Montes, c. 1350 - Tordesilhas, 27 de Abril de 1386), foi rainha de Portugal, entre 1371 e 1383.




D. Leonor sobrinha de D. João Afonso Telo de Menezes, conde de Barcelos, descendia por seu pai (Martim Afonso Telo de Menezes) de Fruela II, Rei de Leão e da Galiza e, por sua mãe, Aldonça Anes de Vasconcelos, de Teresa Sanches (filha bastarda de D. Sancho I).

Rainha
Casou, ainda muito nova, com João Lourenço da Cunha, filho do morgado do Pombeiro, de quem teve um filho: Álvaro da Cunha. Numa altura em que visitou a irmã Maria Teles, dama da infanta D. Beatriz, seduziu o Rei D. Fernando. Baseada em razões de parentesco, foi obtida a anulação do casamento de D. Leonor Teles. O Povo não gostou e o resultado foi a perturbação social e política que gerou um clima de insegurança total.



O casamento com o rei deu-se no Mosteiro de Leça do Balio, secretamente, em 15 de Maio de 1372. Em meados de Fevereiro seguinte nascia D. Beatriz. Temendo o prestígio do Infante D. João que casara com sua irmã Maria de Teles, concebeu o plano de casar o Infante com sua filha D. Beatriz. Mas para isso era preciso eliminar Maria Teles, acção por que terá sido responsável. D. João foi exilado.

Crise de 1383-85 e suas consequências

Morte do Conde Andeiro (Museu Nac. Soares dos Reis, Porto)




Com a morte de D. Fernando (em 22 de Outubro de 1383) assumiu ela a regência do reino e passou a viver, maritalmente, com o seu amante, João Fernandes de Andeiro. Essa ligação desagradou principalmente ao povo e à burgesia, e a alguma nobreza, que odiavam a regente e temiam um casamento e um soberano espanhol.
D. João, Mestre de Avis, apoiado por um grupo de nobres, entre os quais Álvaro Pais e o jovem D. Nuno Álvares Pereira, e incentivado pelo descontentamento geral, assassinou o conde de Andeiro no paço, a 6 de Dezembro de 1383 e iniciou o processo de obtenção da regência em nome do Infante D. João.



D. Leonor fugiu de Lisboa, fiel ao Mestre de Avis, e refugiou-se em Alenquer e depois em Santarém, cidades fiéis à causa da rainha, onde tentou manobrar politicamente a sua continuidade no poder. No entanto, com o desenvolver do conflito entre o Mestre de Avis e o rei castelhano, a regente perdeu espaço de manobra e acabou por ceder a regência a D. Beatriz, rainha consorte de D. João I de Castela. Com a vitória do partido do Mestre de Avis na guerra civil, este tornou-se regente e depois rei, e D. João I de Castela, genro de Leonor, internou-a no Mosteiro de Tordesilhas, perto de Valhadolide, onde viria a falecer.

Literatura
Fernão Lopes, cronista do reino de D. Duarte, faz uma dura e quase caricatural descrição de D. Leonor na História de uma Revolução, a primeira parte da Crónica de El-Rei D. João I de Boa Memória.
O romance de José Manuel Saraiva, Rosa Brava, é baseado na vida de Leonor Teles.

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