domingo, 4 de março de 2007

Helena Sá da Costa






Nascida a 26 de Maio de 1913, Maria Helena Sá e Costa era filha do pianista e compositor Luiz Costa (1879-1960) e da pianista Leonilde Moreira de Sá (1882-1964), por sua vez filha de Bernardo Valentim Moreira de Sá (1853 -1924), personalidade marcante da vida cultural e musical do Porto na sua época e irmã de Madalena Sá e Costa, igualmente uma distinta violoncelista, concertista e pedagoga.

Viveu desde sempre imersa em música, e já a casa dos pais era visitada por pessoas como António Carneiro (pai de Cláudio, compositor), Teixeira de Pascoaes, Guerra Junqueiro, Teixeira Lopes, Roque Gameiro ou António Arroio, tradição que cultivou pessoalmente, mais tarde, sendo anfitriã gentilíssima e afável na sua casa aberta a amigos, músicos e nomes ligados à cultura, que deliciava com os dois Bechstein no n.º 53 do Largo da Paz.

Em Paris (1933-35), estudou com Alfred Cortot e depois, tal como o avô materno e o pai, foi estudar para Berlim (1936-39), onde foi aluna de Edwin Fischer. A relação entre ambos estendeu-se a muitos concertos e digressões, antes e depois da Guerra.
No regresso a Portugal, é convidada para suceder a Vianna da Motta, seu ex-mestre, no Conservatório de Lisboa.
Muda-se, anos depois, para o Conservatório do Porto, fundado pelo seu avô, e essas serão as únicas escolas onde leccionará oficialmente, em Portugal.

Marcou, decididamente, a música portuguesa no século XX, nos dois domínios em que se evidenciou: pianista e professora.
No Porto, formou Adriano Jordão, Pedro Burmester, Fausto Neves, Francisco Monteiro, Manuela Gouveia, Sofia Lourenço, Bárbara Dória, Caio Pagano e Pinho Vargas, entre outros.
Ensinou (ou "aconselhou", como gostava de dizer) muitos mais, em todo o mundo, onde era convidada para ministrar cursos ou dar masterclasses. Em Portugal, destacam-se os Cursos de Música do Estoril dos anos 60 a 80. O que significa que a "árvore" que, pelo seu pai, vem de Liszt (por Vianna da Motta, Busoni e Stavenhagen), estendeu os ramos em muitas direcções. Enquanto isso, desenvolveu uma notável carreira internacional na Europa, Américas e África, como recitalista, solista em música de câmara ou com orquestra.
Tocou ao lado de famosos pianistas, violinistas, violoncelistas ou cantoras e sob a batuta de grandes maestros e foi jurada de reputados concursos. Na música de câmara, saliente-se o Trio e o Quarteto Portugália, onde era violoncelista sua irmã.
Associada, mais que a qualquer outro, a Bach (foi a primeira a tocar a integral de O Cravo Bem Temperado em Portugal), elegia como favoritos Mozart, Beethoven, Schubert, Chopin, Mendelssohn, Schumann, Brahms, Debussy, Ravel e Falla. Dos compositores portugueses, tocou Seixas, Bomtempo, Luiz Costa, Armando José Fernandes, Croner de Vasconcelos, Carneyro, Lopes Graça, Joly e Fernando C. de Oliveira.
Helena Sá e Costa foi ainda responsável pela direcção dos Encontros da Primavera, em Guimarães e presidiu à comissão instaladora da Escola Superior de Música do Porto.
Considerada e admirada pela sua cidade natal, o Porto fez-lhe várias homenagens, a última das quais durante a PORTO 2001 - Capital da Cultura, tendo ainda sido dado o seu nome a uma sala de teatro e a um prémio musical.

Em 2000, a pianista recebeu o Prémio Almada.



Helena Sá e Costa e a arte que saía dos dedos para os lábios



Era a grande dama portuguesa do piano. Na madrugada de segunda-feira, aos 92 anos, morreu Helena Moreira de Sá e Costa, na sua casa, no Porto, no n.º 53 do Largo da Paz. Para todos os que com ela privaram, será sempre "a Dona Helena". A missa de corpo presente realiza-se esta manhã, às 11.00, na Igreja de Cedofeita. O funeral segue para o cemitério de Agromonte.Pianista e pedagoga, Helena Sá e Costa marcou, nos dois domínios em que se evidenciou, a música portuguesa no século XX. Nascida a 26 de Maio de 1913, era filha do pianista e compositor Luiz Costa (1879-1960) e da pianista Leonilde Moreira de Sá (1882-1964), por sua vez filha de Bernardo Valentim Moreira de Sá (1853- -1924), principal personalidade da vida cultural-musical do Porto na sua época. A sua irmã Madalena (fez 90 anos a 20 de Novembro último) foi igualmente uma distintíssima violoncelista, concertista e pedagoga. Para além de imersa em música, a casa dos pais era visitada por pessoas como António Carneiro (pai de Cláudio, compositor), Teixeira de Pascoaes, Guerra Junqueiro, Teixeira Lopes, Roque Gameiro ou António Arroio. Tal como o avô materno e o pai, também Helena foi estudar para Berlim (1936-39), onde foi aluna de Edwin Fischer. A relação entre ambos estendeu-se a muitos concertos e digressões juntos, antes e depois da Guerra. Antes, já estivera em Paris (1933-35), onde estudou com o grande Alfred Cortot.No regresso a Portugal, é logo convidada para suceder a Vianna da Motta, seu ex-mestre, no Conservatório de Lisboa. Muda-se, anos depois, para o do Porto, fundado pelo seu avô, e essas serão as únicas escolas onde leccionará oficialmente. No Porto, formou Pedro Burmester, Fausto Neves, Francisco Monteiro, Manuela Gouveia, Adriano Jordão, Caio Pagano ou Pinho Vargas. Mas ensinou (ou "aconselhou", como gostava de dizer...) muitos mais, em todos os sítios do mundo onde era convidada para ministrar cursos ou dar masterclasses. Em Portugal também foram vários, destacando-se os Cursos de Música do Estoril dos anos 60 aos 80. O que significa que a "árvore" que, pelo seu pai, vem de Liszt (por Vianna da Motta, Busoni e Stavenhagen), estendeu os ramos em muitas direcções. Enquanto isso, desenvolveu uma notável carreira internacional na Europa, Américas e África, como recitalista, solista em música de câmara ou com orquestra. Tocou ao lado de famosos pianistas, violinistas, violoncelistas ou cantoras e sob a batuta de grandes maestros e foi jurada de reputados concursos. Na música de câmara, saliente-se o Trio e o Quarteto Portugália, onde era violoncelista sua irmã.O Porto fez-lhe várias homenagens - ela que ainda presidiu à comissão instaladora da Escola Superior de Música da cidade - a última das quais durante a Porto-2001, tendo ainda sido dado o seu nome a uma sala de teatro e a um prémio musical. Ainda em 2000, a pianista recebeu o Prémio Almada.Associada, mais que a qualquer outro, a Bach (foi a primeira a tocar a integral de O Cravo Bem Temperado em Portugal), elegia como favoritos também Mozart, Beethoven, Schubert, Chopin, Mendelssohn, Schumann, Brahms, Debussy, Ravel e Falla. Nos portugueses, tocou Seixas, Bomtempo, Luiz Costa, Armando José Fernandes, Croner de Vasconcelos, Carneyro, Lopes Graça, Joly e Fernando C. de Oliveira. Dois livros a retratam Uma Vida em Concerto, da Campo das Letras (2001) e Helena Costa. Tradiçãoe Renovação, de Filipe Pires (Fundação Eng.º António de Almeida, 1996). Quem tocará os dois Bechstein do n.º 53 do Largo da Paz, agora?








O Teatro Helena Sá e Costa situa-se num pátio central da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, no Porto e é um espaço apropriado, com muita qualidade, para o teatro e para a música.
A ESMAE estava já em funcionamento no Edifício Normal e noutros edifícios anexos da antiga Escola do Magistério Primário, mas não dispunha de nenhum espaço para representar as artes que ensinava. Surgiu então a ideia de utilizar o pátio central, que inicialmente consistiu na solução simplista de apenas o dotar de cobertura; porém evoluiu depois para um autêntico teatro.
O teatro tem capacidade para trezentos lugares e está preparado para teatro, ballet e orquestra. Foi equipamento da programação oficial do PORTO 2001 - Capital da Cultura.


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